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Arquitetos: Sameep Padora & Associates
- Ano: 2016
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Fotografias:Edmund Sumner
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Fabricantes: Ozari Joinery
Descrição enviada pela equipe de projeto. Na mitologia budista, Jetavana é o nome de um dos edifícios mais importantes espacialmente de Buda, quando traduzido o termo significa "o bosque de Jeta", terra doada à Shanga para a fundação de um monastério. Era de importância semiótica que o terreno oferecido por Samir Somaiya, proprietário da fábrica de açúcar vizinha de Maharashtra, para que o centro de aprendizagem budista estivesse coberto por árvores, um campo idílico.
O instituto foi programado como um centro de desenvolvimento espiritual e de habilidades para a comunidade budista nativa de Dalit Baudh Ambedkar. O destino de Jetavana é proporcionar uma âncora espiritual para a prática do pensamento budista através da meditação e o ioga, ao mesmo tempo que comporta a formação e o desenvolvimento de habilidades para os membros da comunidade.
Com a vontade de não danificar nenhuma árvore no terreno, o programa de tamanho considerável foi dividido em seis edifícios, cada um situado em clareiras do denso bosque. Através do processo projetual surgiram dois pátios como laços destes edifícios sob uma identidade comum.
Ao inverter o perfil do telhado com uma drenagem central e alçando o perímetro dos espaços interiores, estes se conectam visualmente com a folhagem exterior. Os espaços interiores, portanto, também são uma função da configuração exterior, com uma leveza que contrasta com os programas do projeto. Separando a cobertura das paredes proporciona-se ventilação cruzada.
Trabalhando em estreita colaboração com Hunnarshala, uma instituição que busca reviver e ressuscitar as tradições locais de construção, compilamos uma paleta de materiais que utiliza muros de carga de pedra basalto empilhada. O pó da pedra é misturado com cinzas de outros resíduos, um subproduto da fábrica vizinha que no passado estava pagando às pessoas para descartar os resíduos. Madeira reutilizada de velhos navios de transporte atuam como estrutura da cobertura e a estrutura inferior foi feita de rolos de barro, que proporcionam grande isolamento. O telhado em si tem um acabamento com telhas de argila e restos de edifícios demolidos.
O piso é um solo de barro e esterco tradicional realizado pelos membros da comunidade local, que se sabe que tem propriedades antissépticas.
Nossa abordagem para este projeto busca estender a ideia do paradigma regional, enquanto que o separa da onipresente "Imagem" do que define o local. O processo de construção também estabelece um foco que busca novas técnicas de construção, baseadas na materialidade local não necessariamente utilizada da forma nativa, mas apropriada para seu contexto.
Originalmente publicado em Julio 23, 2016.